MARIA-CATARINENSE
Ave símbolo de Itapoá
A Maria-catarinense (Hemitriccus kaempferi) é a maior protagonista da diversidade de espécies de avifauna no município de Itapoá. Também chamada de Maria-Catarina, essa ave ocorre apenas na Mata Atlântica, nos remanescentes das florestas de planície litorânea entre o norte de Santa Catarina e sul do Paraná.
Ameaçada de extinção e classificada como endêmica regional, ela é o grande chamariz para observadores de aves do mundo inteiro.
Seu atrativo está em sua raridade: diferente de tantas outras aves, a Maria-catarinense não apresenta plumagem chamativa ou hábitos curiosos. Discreta, tem aproximadamente 10 centímetros e suas penas são esverdeadas, confundindo-a com as folhas das árvores.
Alimenta-se, basicamente, de invertebrados, principalmente insetos como besouros, borboletas e formigas. Para garantir sua refeição, faz voos rápidos e certeiros, capturando a presa mesmo no meio das folhagens.
A Maria-catarinense foi encontrada em 1929 pelo naturalista Emil Kaempfer em Salto do Piraí, próximo a Joinville (SC), mas reconhecida oficialmente pela ciência apenas em 1953, quando foi descrita pelo ornitólogo britânico Mar Pearman.
Ainda são poucas as informações referentes à ecologia da espécie, afinal, não são muitos os sortudos que já conseguiram avistá-la. Em Itapoá, por exemplo, apesar de ter se tornado ave símbolo em 2009, poucos são os que a conhecem. E assim, segue presente na natureza: pessoas próximas não lhe dão a devida importância, enquanto outras de lugares longínquos consideram um privilégio poder observa-la pessoalmente. Como diz o dito popular, “casa de ferreiro, espeto de pau”.
Por esse motivo, para sensibilizar a comunidade e valorizar este patrimônio natural, a ADEA – Associação de Defesa e Educação Ambiental tomou a iniciativa de indica-la Ave Símbolo do município.
A sugestão, aprovada pela Câmara de Vereadores, tornou-se lei em 9 de dezembro de 2009 (Lei Municipal 261/2009).
Fotos: Edson Ferreira da Veiga - RPPN Reserva Volta Velha.